Inteligência Emocional e o Lugar da Madrasta
Um Caminho de Respeito, Amor e Autoconhecimento
PSICOTERAPIARELAÇÕES FAMILIARESDESCANSO
Cris Aguiar
5/16/20252 min read


Quando minha enteada entrou na minha vida, ela tinha apenas 4 anos. Pequena, cheia de energia, com o coração ocupado pelo amor do pai e da mãe. Nesse espaço tão delicado, compreendi que minha chegada precisava ser cuidadosa, amorosa — e, acima de tudo, consciente.
Eu sabia que não cabia a mim preencher espaços que já tinham dono. Pelo contrário: meu papel era respeitá-los. Esse foi o meu primeiro passo no desenvolvimento da inteligência emocional e no processo de aproximação com ela.
Sempre deixei claro que o lugar dela como filha nunca estaria em disputa. O amor do pai era dela. O amor da mãe, também. E o meu amor seria outro — e tudo bem que fosse diferente. Essa consciência, esse acordo silencioso com a criança que ela era, trouxe leveza para nós duas.
Respeitar o tempo de cada um foi essencial. Estimular que os dois tivessem momentos só deles, garantir que nosso tempo como casal também fosse preservado — tudo isso ajudou a criar um ambiente onde ninguém precisasse perder espaço.
Sempre tratei minha enteada com respeito e maturidade, mesmo sendo tão novinha. Evitei forçar vínculos. Nunca me senti no papel de mãe, mas me permiti ocupar, com carinho, um lugar de afeto e confiança.
Porque, no fim das contas, inteligência emocional não é sobre controlar sentimentos — é sobre reconhecê-los. É sobre respeitar e criar espaço para que cada pessoa cresça. Inclusive você.
Estabelecer papéis claros desde cedo foi o que trouxe segurança, tanto para ela quanto para mim. E segurança é o que fortalece vínculos. Sem competição, sem confusão, com honestidade e espaço, cada um pode florescer no seu tempo.
Essa foi a base da nossa relação. E até hoje, é isso que mantém o nosso vínculo forte, verdadeiro e leve.
🌿 Para refletir:
Como você tem lidado com os papéis dentro da sua família?
O quanto tem sido possível respeitar os tempos e espaços de cada pessoa?
Que espaço você tem criado para o seu próprio crescimento emocional?
Se esses temas tocam você, eu escrevi um livro especialmente para quem vive (ou convive com) os desafios da madrastidade:
📖 “Ninguém Quer Ser Madrasta!” — um convite à escuta, ao acolhimento e ao reconhecimento dos novos arranjos familiares.
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